Nanjing - Capital da China antes de Beijing

Nihao

Nanjing significa Capital do Sul e Beijing significa Capital do Norte. Nanjing foi capital da China por diversas dinastias, sendo capital durante a dinastia Ming, que terminou em 1644. Depois disso a capital passou a ser Beijing. Assim como Beijing, Nanjing é uma cidade cultural, com muita história entranhada na cidade.
Bem, Nanjing fica a 220km de Shanghai, portanto o melhor meio de transporte para chegar lá é o trem rápido. Poderia ser mais rápido se não parace em diversas estações no caminho... mas mesmo assim é uma viagem tranquila. Esse final de semana foi prolongado por um feriado na segunda-feira. Raros feriados chineses faz com que quando um desses acontece, todos resolvem viajar, na maioria das vezes, visitar parentes. Foi o que aconteceu nesse final de semana. Para conseguir a passagem enfrentei uma bela fila e não consegui o horário que desejava. Tivemos que ir sábado depois do almoço e não de manhã como queríamos. Não foi de todo mal, pois a estação estava cheia mas não entupida!!!

Chegamos em Nanjing em volta das 16:30. Fomos em busca do hotel que reservamos pela internet, chamava-se Feidachangtai Hotel! kkkk Chinês, óbvio, mas estava na lista de indicações de um site de viagens na China para gringos! Chegamos no hotel e nos deparamos com um lugar estranho na entrada, mas ok por dentro. A recepcionista falava quase nada de inglês, o que obrigou meu super marido a falar em chines com eles! (só ele para se comunicar em chines, viu??) Conseguimos fazer o check-in, subimos no quarto, era ok, sem grandes coisas, uma cama dura, mas melhor do que só um tatame (nada que está ruim não pode piorar por aqui!).

Saímos para andar, encontramos a porta Xuanwu, que dava entrada ao parque de mesmo nome. Não estava a melhor condição climática, meio chuvoso, não deu para ver muito além por causa da névoa.

Decidimos ir ao Templo de Confúcio e alguns outros pontos turísticos marcados no nosso livro. Pegamos um taxi e nos surpreendemos, de forma positiva! Encontramos ruas de pedestres com lojinhas, comida, história. Uma série de canais do rio, que tinha passeio de barco por todos os pontos históricos da área. Um lugar super charmoso. Nos aventuramos em comer um espetinho de frango, digo espetinho por força do habito, mas era um espetão! Estava super cheio, dificil de andar, muitas comidas esquisitas, mas nenhum bicho estranho, ainda!

Depois de fazer uma boquinha, fomos fazer um passeio de barco. O charme do local é ainda mais acentuado quando se anda em um barco estilo chines antigo pelos canais. Parecia que eu estava num filme! Simplesmente inspirador, romântico, maravilhoso!

No dia seguinte tinhámos um desafio pela frente. Encarar a Montanha Púrpura! Pode-se perder um dia inteiro na Montanha, talvez até dois, mas tinhamos apenas meio dia para ver as coisas mais importantes da montanha. Nos concentramos em ver o mausóleu de Ming Xiao Ling e o mausóleu de Sun Yat-sen. Não estranhem o fato de mausóleus serem uma atração turística, pois aqui na China, a forma como você é enterrado reflete na suas próximas gerações! Muitos mausóleus também se utilizam do que chamam de feng shui póstumo. Escolhe-se o local de acordo com os principios do feng shui, para ter um bom descanso e trazer prosperidade para seus familiares.

O caminho para chegar aos pontos turísticos tem algo de mágico. É uma área em arborizada, com pequenos córregos, flores, bambus, o caminho super bem preparado, calçado com um deck de madeira que transforma o passeio em um agradável caminhar.

Demoramos um pouco para nos localizar na montanha, mas finalmente encontramos o mausoléu da familia Ming. Nesse local estão enterrados o primeiro Imperador da Dinastia Ming e sua esposa.

O caminho até a tumba é protegido por animais esculpidos em pedra e guerreiros. Incrível como foi esculpido e como as figuras se repetem de uma forma incrivelmente iguais. Parecem que foram feitas em formas. Como toda atração turística estava extremamente cheio, com chineses para tudo quanto é lado. Estava dificil tirar uma foto sem interferencia de algum chines passando! rsssss

Depois fomos até a tumba de Sun Yat-sen, lider revolucionário e pai da China Moderna. Foi ele quem abriu a China para o mundo, além de muitas outras idéia políticas que revolucionaram alguns pensamentos internacionais. Diferente de muitos mausoléus chineses, onde o vermelho e o amarelo imperam como cor de nobreza, esse tem as cores acentuadas no azul e branco, cores do partido Nacionalista chines. O que me causou muita estranheza é que o projeto é de um americano. Humm, juro, não entendi como isso foi acontecer!

O mausoléu está super bem localizado dentro dos princípios do feng shui póstumo, com uma montanha atrás (tartaruga negra), espaço amplo na frente (phoenix vermelha), uma montanha maior de um lado e outra menor do outro (tigre branco e dragão verde). São mais de 300 degraus de granito para chegar aonde acredita-se estar enterrado o presidente. Viemos a saber mais tarde que há outro mausoléu em Taiwan, onde também acredita-se estar enterrado. Ninguém sabe ao certo, mas ninguém ousa profanar a tumba para descobrir. Pensando bem eu acredito que não está em nenhum do dois lugares, deve existir um terceiro. Seria uma boa forma de proteger o presidente, já que é tão importante isso para os chineses.

Descemos a montanha e fomos até a porta ZhongHua. É a principal porta de entrada de Nanjing, que também é cercada de muros, como uma boa cidade medieval. Essa porta tem algo de especial, pois foi projetada de forma que os inimigos que tentassem entrar fossem massacrados! rsss Na verdade, não é apenas um grande portal, mas sim 4. Se o inimigo conseguisse penetrar pela primeira, ficaria preso na segunda, se passasse da segunda ficaria na terceira e assim por diante. Era algo realmente bem protegido! Uma construção impressionante, também me senti num filme lá! O caminho pelo muro estava fechado, uma pena, pois como em Xi'an ia ser ótimo dar um rolé de bike por lá!

Dentro da porta havia um lugar com um mega caldeirão e a flor de lótus, onde você escrevia numa plaquinha seu desejo e pendurava num grande painel cheio de desejos. Deixamos lá nossos desejos e nossa marca! Me senti fazendo parte da história da China.

Saímos a noite para jantar. Agora sem tentar muitas extravangancias chinesas, fomos comer um japones. Nada muito diferente do que aqui em Shanghai, paga-se e come e bebe a vontade. Mas o lugar era super legal, construção de 1921, se assemelhava bastante com a área da concessão francesa de Shanghai.

Dia seguinte ainda tínhamos coisas para ver em Nanjing. Quisemos ir ao museu da provincia de Nanjing, mas acabamos caindo no Museu Municipal de Nanjing. Não me arrependi, pois nesse museu pudemos aprender como a China é um país de conhecimentos e de muita cultura. Me impressionei com o que eles saibiam e em que época eles sabiam disso.

O sistema de localização pelas estrelas é algo simplesmente fantástico, a ceramica, navegação, armas, as roupas, ouro, pedras, sistemas de construção, escrita, papel... incrivel! Eles ensinaram muito ao mundo e quem sabe ainda podem ensinar mais!

Bem, como eu disse, a gente queria ter ido a outro museu, e acabamos sem entender onde realmente estávamos. Precisamos pedir informação, o que foi muito engraçado, pois achávamos que estávamos de um lado da cidade, mas estavamos do outro!!! Queríamos achar as ruínas do palácio Ming. Achamos depois de algum tempo, um bom chines soube ler o mapa e nos indicou o melhor caminho.

Depois fomos visitar o Jiming Temple. Muito legal, na entrada você ganha 3 incensos para acender no topo do templo. É um templo não só de turismo, mas muito utilizado pela população para reza e agradecimento. Um complexo de pequenas salas de rezas, com muitas figuras coloridas e no topo o local para queimar os incensos e fazer sua prece.

Voltamos ao parque que fomos no primeiro dia, agora com sol e muito mais gostoso! Passamos algum tempo lá antes de ir para a estação de trem!

Depois de tanta aventura, rumamos para casa. A estação, para variar, cheia. Mas uma coisa ainda é estranha para nós, quando saimos de uma cidade chinesa para Shanghai, ainda temos a sensação de estarmos viajando... não é como voltar para Campinas, passar pelo trevo da Anhanguera com a Santos Dumont, ver o Leo Madeiras, o Nacional Inn e o The Royal e pensar, CHEGUEI!!!

Zaijian